35 MIL ALUNOS AINDA SEM PROFESSORES

29-10-2014 14:53

Mês e meio após o início do ano letivo 2014/2015, cerca de 35 mil alunos continuam sem aulas ou com falta de professores a certas disciplinas devido aos problemas na colocação dos docentes através da Bolsa de Contração de Escola (BCE). A estimativa é da Fenprof, com base nos dados do Ministério da Educação: falta atribuir 224 horários completos e 249 incompletos.

 

"Cada horário completo [22 horas de aulas por semana] afeta cerca de 100 alunos. Os incompletos atingem 50", explicou Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, para quem "estes até são números por baixo".

 

Após a reunião com Maria Luísa Oliveira, a nova diretora-geral da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE), Mário Nogueira deu conta de que há um compromisso do organismo revelar quinzenalmente a lista dos docentes colocados através da BCE. Um pedido antigo, ao qual o ministro Nuno Crato e o próprio primeiro-ministro garantiram aceder.

 

A existência de milhares de alunos ainda sem aulas está a preocupar professores e pais. A Confederação das Associações de Pais foi ontem recebida pelo Presidente da República, a quem denunciaram a falta de equidade entre alunos. A meio do primeiro período de aulas, há quem ainda esteja sem qualquer preparação para os exames de final de ciclo. "Essa é que é a grande questão. Não é se o número é muito grande ou pequeno. É uma questão de equidade", afirmou Jorge Ascenção, presidente da Confap, após o encontro com Cavaco. A mesma opinião tem Mário Nogueira. "Há alunos em época de testes e há alunos de 128 professores ainda sem qualquer aula. Estamos quase em novembro e ainda falamos em professores que faltam", diz, acusando: "Isto resulta da incompetência técnica e da incapacidade de um ministro". O ministério não esclareceu quantos alunos estão sem aulas.