POLUIÇÃO DE AR
Apesar dos impostos criados para taxar as emissões de gases, a verdade é que não eliminam poluentes. Com o comércio do carbono como forma de ‘limpeza do ar’ a crescer, as empresas podem comprar esses créditos que lhes permitem poluir mais, já que depois limpam a sua parte.
A Leonid Mikhelson, magnata do gás russo, e a Mukesh Ambani, magnata indiano do petróleo, sobra muito dinheiro mesmo depois de compensadas as emissões de gases nos respectivos países.
Só os bilionários da China e Brasil não conseguem compensar monetariamente as emissões poluentes do seu país: a fortuna de cerca de 25 mil milhões de euros do brasileiro Jorge Paulo Lemann é quase suficiente para ‘limpar o ar’ do país, enquanto o chinês Jack Ma, da Alibaba Group, precisaria de duplicar os seus 31 mil milhões de euros para compensar os danos do seu país, que ainda se afirma como um dos maiores poluidores do mundo.
Na União Europeia, mesmo que os mais ricos de cada nação se unissem para ‘ajudar o planeta a combater a poluição’, ainda seria necessário que se encontrassem novas formas de melhor a eficiência energética de maneira que fosse possível abraçar as energias renováveis e virar costas aos combustíveis fósseis.
Donald Trump é um obstáculo neste tema, com a sua decisão de retirada dos EUA do Acordo de Paris a prejudicar os restantes empenhados na diminuição das alterações climáticas. Importa salientar que a fortuna de Trump seria, de acordo com a Bloomberg, capaz de limpar apenas 8% dos créditos de carbono exigidos pelo nível de poluição do seu país. Os EUA podem, ainda assim, sentir-se descansados pois caso fosse necessário, a fortuna do fundador da Microsoft, que ronda os 73 milhões de euros, seria suficiente para pagar dois anos de compensações de créditos de carbono e ainda dar uma ajudinha aos vizinhos Canadá e México.
A Suécia, uma economia altamente eficiente em energia que se assume como um dos menos emissores de poluição, teria o trabalho muito facilitado na tarefa de limpeza. O sucesso da cadeia de móveis sueca Ikea deu ao fundador Ingvar Kamprad dinheiro suficiente para manter o ar de seu país limpo por cerca de 150 anos.
IN DIÁRIO ECONÓMICO